Os Nossos Escritores

Napoleão Mira

 

Napoleão Mira nasceu em Entradas, Castro Verde, em 1956. Vive no Algarve, no concelho de Lagoa, desde 1983.

Fundou e dirigiu, entre 1998 e 2000, a revista «O Trigueirão».
Colaborou nos jornais «O Campo», «Diário do Alentejo», «Correio Alentejo» e na revista «30 Dias».

Na música, criou “Pratica(mente)” e “Slides — Retratos da Cidade Branca” para o aclamado disco «Pratica(mente)» de Sam The Kid, seu filho.
Participou com o tema “Subúrbio” no disco «Eu e os Meus» de Dino & The Soulmotion. Integrou o projecto Hip Hop Pessoa por altura do 120º aniversário do nascimento de Fernando Pessoa, recriando e dizendo “Tabacaria”.
Em parceria com Sam The Kid, criou e interpretou, para o primeiro «Festival Silêncio!», o espetáculo «Palavras Nossas».

Em 2010 lançou o livro «Ao Sul», uma compilação das suas melhores crónicas.

Recentemente participou nos trabalhos discográficos da reconhecida banda Orelha Negra e no esperado CD de Sir Scratch editado em 2012.

Em 2012 editou o seu primeiro romance intitulado FADO, obra que atingiu uma notoriedade assinalável junto do público.

Em 2014 editou o livro de crónicas, estórias e textos intitulado: De Coração D’Interiores.

Está neste momento a trabalhar em dois novos livros. Um de viagens para além de um novo romance com lançamento previsto para 2016.

Em 2015 criou com o colectivo Reflect a performance de spoken word: 12 Canções Faladas e 1 Poema Desesperado, estando previsto o lançamento do CD deste trabalho na primavera de 2016.

Em 2015 participou nos trabalhos discográficos do colectivo Reflect chamado: Gata, e ainda, na mixtape de Grilocks intitulada: Carisma.


http://www.napoleaomira.com

Bibliografia:

 

12 Canções Faladas e 1 poema desesperado

Napoleão Mira junta-se à família Kimahera e cria em parceria com os Reflect a performance: 12 Canções Faladas e 1 Poema Desesperado.

 No ano em que completa o seu 60º aniversário, celebra-o com a edição deste trabalho discográfico. Aqui, o seu versejar, qual porta escancarada para uma assumida intimidade, remete o ouvinte para o universo eremítico da sua obra poética, areal onde se espraiam os acordes certeiros dos seus companheiros de jornada: Os Reflect.

Amante incondicional dos poetas de Orfeu, reinventa de forma magistral os poemas Tabacaria e Poema Em Linha Recta de Álvaro de Campos. Nos temas por si criados, destacamos: Slides (Retratos da Cidade Branca), Filho do Gueto em parceria com Dino D’Santiago, Máscaras d’Orfeu e ainda Santiago Maior musicado de forma única pelo seu filho, Sam The Kid.


( 2015 Poesia)

 

De Coração D' Interiores

Depois de um romance, o autor regressa ao registo assumidamente autobiográfico que, de certa maneira, é um género que lhe apraz.
Ao longo destas páginas, reúne textos dos últimos anos como se estes fossem olhares escritos. Fotogramas de palavras. Instantes-impulso em que a necessidade de os transcrever foi mais forte do que ele. Como se não tivera mão neles, nem eles mão em si.
Afirma a determinado ponto: — “Estou de regresso a um território preferencial. O dos afetos. À escrita do vinho e do fogo. Às pessoas que comigo repartiram caminho. Às silenciosas e inquietas madrugadas.
Este De Coração D’Interiores, como o nome induz, é uma porta escancarada para a casa que habito. Para a intimidade do que escrevo. Para aquilo que tenho de mais sagrado. Para a minha memória.”


(N.M. Publicações 2014 Crónicas)

 

Fado

O autor procura neste seu FADO homenagear os homens e mulheres desta terra singular, que num tempo não muito longínquo (entre 1966 e 1974) se aventuraram estrada fora à procura de um futuro melhor por terras de França.
José e Amália – os protagonistas – fogem da sua aldeia natal, um pequeno povoado num dos verdejantes vales da serra do Marão. Vão escapados das suas desavindas famílias mas também à procura de construir com o vigor dos seus braços e a força do seu amor, um futuro que lhes abra horizontes e lhes devolva a dignidade perdida.
Ao tempo Portugal era um país sombrio, cinzento, o medo imperava nas gentes, ruas e casas. A miséria alastrava. A solução era partir. Partir pela calada da noite, arriscando muito, incluindo a pele, atravessando a fronteira a salto, já que a necessária documentação para o fazer legalmente lhes era vedada, ou no mínimo, complicada.
O fado corria nas veias de Amália que teve com a sua homónima e grande diva da canção de Lisboa um transcendente encontro que lhe modificou para sempre a vida.
Este é um romance vibrante. O autor com a sua escrita vigorosa, conta aqui uma história de gente simples mas com G grande, ou não fosse esta a história de cada um de nós.


(N.M. Publicações 2012 Romance)

 

Ao Sul

Ao Sul é o título do primeiro livro de Napoleão Mira. Num olhar assumidamente pessoal, passeia a sua prosa por um certo Alentejo ao longo das sessenta e três crónicas que compõem a obra.
É às pessoas e aos lugares, aos cheiros e aos sabores, aos relatos e às estórias, que o autor vai beber muita da inspiração que mais tarde materializará em forma de letra e imortalizará em forma de crónica.
Entradas (terra natal do autor) é o centro do seu universo. Por isso, não podia deixar de ser o fulcro deste Ao Sul. No entanto, Napoleão Mira também narra aqui muitas das suas vivências por outras paragens, sempre com o seu crivo pessoal, prendendo o leitor e fazendo da leitura um prazer que o autor pretende, com os outros, partilhar.


( N.M. Publicações 2010 )